Quanto mais… menos!

Os sites de relacionamento na internet dão espaço a algo que anteriormente se reservava apenas para a conversa. Nesses espaços você tem uma platafoma que serve como um espaço que possibilita que as pessoas tenham mais voz, falem o que acham, busquem ideias construtivas para a sociedade.
A verdade é que ao mesmo tempo, o espaço virtual (mesmo com uma repercussão maior) se configura no mesmo patamar da conversa, na mesma lama: surgem os grandes filósofos, profetas, pensadores e revolucionários… da cadeira de computador, não saem do lugar.
É claro que o debate leva à reflexão, e essa é fundamental para a construção de aspectos melhores em uma sociedade, no entanto, as formas de colocar em prática, são sempre mais dispendiosas que o simples “vômito” de ideias tecladas.

Dessa mesma maneira, temos a música, que se remodelou com a internet. A indústria fonográfica acompanhou o desenvolvimento tecnológico,das redes de relacionamento e de divulgação virtuais. Desde o momento em que compactaram uma música e a transformaram em MP3, o destino da música estava selado, e provavelmente, rumando a um panorama em que apenas a criatividade faria vender. A compra de álbuns, hoje em dia, é baixa: é por download.
Tantos sites, tantas maneiras de divulgar fizeram com que a internet se tornasse um campo de grande auxílio ao músico, tanto no aspecto de vender a ideia quanto o trabalho. Parece simples, mas disponibilizar músicas na internet, fez com que não fosse preciso adquirir um álbum de certa banda. Isso é cômodo e vantajoso em certos aspectos, já que você pode sem sair de casa, escutar o que você queria; além de não ser preciso consumir as músicas que não são de seu interesse, mesmo que do artista que você goste, por exemplo: eu posso baixar a música A e B de um CD de uma banda Y, se meu interesse se limita a essas canções. As implicações disso não são apenas econômicas, mas também há a perda da essência do que é o “conhecer” o artista. As músicas conhecidas como Hits são as que mais vendem, no entanto, um álbum possui uma ideia que está no centro de todas as canções ali presentes.

A ideia foi a facilidade, o que a tecnologia usa como carro abre-alas em qualquer campo de seu desenvolvimento. No entanto, há dois processos interessantes resultantes dessa mudança da forma de consumir música: a primeira seria a impaciência daquele que escuta músicas, e a segunda seria que a facilidade de bandas exporem seu trabalho fizeram dessa vitrine algo saturado.
O primeiro resultado está ligado a quem consome, que num frenesi e na facilidade de possuir uma música, ele começa a obter sua própria discoteca em seu computador. São tantas músicas e vontade de escutar todas, faz com que a pessoa se canse mais rápido da música, ela precisa apenas ouvir um trecho e já segue para outra. São os famosos “hiperativos do playlist”. Ok, acabo de inventar essa nomenclatura. O aspecto de haver tanta música e poder ter a possibilidade de ter tudo isso tão fácil, faz com que não haja interesse em escutar a música 1 e a música 2, mas sim as 15 músicas no tempo da 1 e da 2.

o outro processo se relaciona ao que foi falado no primeiro parágrafo: as bandas tem onde mostrar, onde ter voz, no entanto, esse espaço além de saturado de tantos artistas, ele também não é o mesmo que expor o trabalho em shows, tocando em outras cidades. Ou seja, há mais meios do que antes, no entanto, eles podem não ser tão eficazes quanto.
O músico deve entender que o que há de mais fácil hoje, nesses sites, é que coisas engraçadas e que divertem façam sucesso, talvez a música apenas quando já haja investimento de algum empresário ou produtor. O dinheiro fala, o contato mais ainda (não que o dinheiro e o contato não estejam na mesma família).
Por mais que a internet venha com propósito de facilitar, tanto relações, quanto exposição de virtudes, o passo para ser ouvido ainda é o trabalho e a profissionalização, contando com o fator sorte; e se você for de família rica, seu padrinho.