Existe amor em SP!

Em dias como hoje, 25 de janeiro, eu fico a pensar, como um espaço territorial, consegue ser tão amado e tão odiado? Caos, trânsito, enchente, multidão para qualquer lugar que você olha, sujeira, prédios e mais prédios, concreto, asfalto (esburacado), pessoas frias e apressadas. Como amar esse lugar? Como encontrar, como diz a canção, “Amor em SP”? Tem dia que ando, e me perco, pelas suas mais de 10 mil ruas e avenidas, e meu maior desejo é ter uma bomba superpoderosa e botar tudo abaixo, começar a construir a cidade novamente, mais planejada, com menos pessoas, sem prédios, com mais árvores, sem construções nas margens dos nossos rios.
Entretanto, se eu pudesse fazer isso, certamente São Paulo deixaria de ser São Paulo. Talvez a beleza dessa cidade esteja justamente nessa mistura de gente dos quatro cantos do planeta que vem residir aqui. Nessa selva de pedra, nessas milhares de ruas e avenidas, que se tornam ruas com lojas de artigos específicos, afinal quem não vai até a Teodoro Sampaio para comprar um instrumento musical? Uma quinquilharia na 25 de março? Uma peça de roupa na José Paulino? Ou o tão sonhado vestido de noiva na São Caetano? Sem contar que você pode visitar qualquer lugar do mundo, e provavelmente vai chegar a conclusão que a melhor gastronomia está aqui. De uma esquina a outra você pode saborear as mais diferentes culturas culinárias, pagar pouco ou gastar uma fortuna para saciar seu apetite. Centro, ZN, ZO, ZL, ZS, cada um dos cantos dessa cidade tem uma particularidade, que torna qualquer passeio por aqui uma aventura, no mais amplo significado que a palavra aventura pode ter. Claro que eu e você podemos fazer muito mais para tornar essa cidade um lugar cada dia melhor, todavia, ela é bela.
Nasci em São Paulo, sou paulistana do bairro de Santo Amaro, vim ao mundo às margens do pé do bandeirante Borba Gato, e talvez por isso eu me encanto em andar tanto por esses 100 KM de município (aprendi direitinho com esse bandeirante. rs). Torço para o mais paulistano de todos os times de futebol, o São Paulo Futebol Clube. Trabalhei oito anos como professora municipal aqui. Fiz minha graduação nessa cidade, conheço as dezenas das igrejas metodistas dos mais diversos bairros e vilas daqui, namoro o cara mais bonito da ZN, muitas das minhas melhores histórias foram vividas nas terras paulistanas, contudo, nunca tive a oportunidade de morar em São Paulo, sempre estive na margem, na região conhecida como Grande São Paulo, (a saber nas cidades de Itapecerica da Serra e de São Bernardo do Campo). E é provavelmente por isso que as luzes, o caos desse lugar conseguem ainda me fascinar.
Assim, às cinquepoca desse 25 de janeiro de 2016, quando São Paulo completa 462 anos, apesar de tudo, ainda posso dizer que eu amo SP.