A minha rádio é som e imagem!

 

Sou uma ouvinte de rádio. Apesar da tecnologia das mais diferentes formas e plataformas de distribuição de música em nossos tempos, continuo fiel ao “radinho”. Minha relação em ouvir rádio começa nem sei quando. Minhas memórias me remetem para a primeira infância, lembro da minha Irmã escutando rádio no quarto, (ela é 10 anos mais velha que eu), daqueles programas de top 10 mais tocadas. Ou mesmo da minha Mãe escutando aqueles clássicos locutores das rádios AMs. Meu Pai sempre foi mais do LP, depois do CD.

Eu comecei a ouvir rádio por mim mesma, nos idos de 1996. De uma forma até que bem fora do padrão. Até a sexta série eu estudava á tarde, e na sétima ao mudar de escola, tive que ir para o período matutino, para conseguir acordar no horário apropriado, precisei de um rádio relógio (meu sono é bastante pesado). Coloque o rádio relógio numa rádio qualquer que tocava uns reggae (na época eu já era fã do Skank), num programa que privilegiava esse ritmo na hora que eu precisava acordar. Um belo dia, coloquei o tuning no lugar errado, e meu rádio foi parar na 89 FM A Rádio Rock de São Paulo (tem até o outro café que falo mais dessa rádio, pode procurar aí na mesa do nosso blog.). De lá para cá, todos os rádios que tive só saíram da 89 nos anos que ela deixou de ser rock (Entre 2006 até 2012).

Ou seja, além de fiel ao rádio, sou fiel a uma única emissora de rádio. Todavia, esse café não é para falar sobre minha fidelidade a uma emissora de rádio, e sim para falar sobre o meu encantamento, e a mudança desse encantamento com o rádio.

Eu sempre achei o máximo a criatividade visual que o rádio podia despertar, sim visual. Afinal, ao apenas ouvir as vozes dos locutores/as,(isso porque os rostos dos roqueiros, a gente podia ver através da MTV Brasil), era necessário criar uma imagem mental de como era o aspecto físico d@ locutor/a. E depois que a gente cria uma imagem na cabeça… Como é difícil tirar! rs. Os anos foram passando, a internet começou a encurtar a distância entre o público e seus famosos favoritos. Foi nessa época que minhas imagens mentais d@s locutores/a foram sendo absurdamente destruídas, uma a uma. Nenhum/a passava sequer perto da imagem que eu havia construído na minha imaginação. Durante muito, muito tempo mesmo, fui considerando isso uma chatice, eu tinha me apegado tanto as minhas próprias imagens mentais deles e delas que não queria reconstruí-las por nada. Eu me apegava a minha própria imaginação, irreal, em alguns aspectos surreal, entretanto, a verdadeira imagem, essa eu teimava em não aceitar. Todavia, um belo dia eu tive que aceitar a realidade.

Hoje, alguns anos mais tarde, já bastante adaptada as imagens reais d@s locutores/as, uma outra novidade se incorporou a minha tradicional preferência pelo rádio. A internet derrubou de vez o conceito de apenas ouvir rádio, e trouxe a possibilidade de ouvir e ver @s locutores/as nas rádios. Interessante que essa adaptação foi extremamente fácil, e lamento profundamente quando não posso estar em casa para, literalmente assistir meu programa de rádio preferido. E nesses dias de covid então que a 89 resolveu transmitir parte significativa dos programas, com som e imagem, direto das casas d@s locutores/as. Aí eu me apeguei de vez a esse formato! rs.

O que quero com meu café de hoje, não é somente exaltar o rádio, e suas atuais formas, contundo, também trazer a reflexão que depois do covid nossas vidas nunca mais serão as mesmas, e a melhor coisa que a gente tem a fazer é encarar essa realidade de frente, longe de nossas imagens mentais do que um dia fomos. E tornar a realidade que virá muito melhor, mais completa, mais plena. Deixando os erros para trás e seguindo com os acertos. Aproveitando o melhor que a vida pode nos proporcionar! E claro, ouvindo e vendo o rádio!